O termo Justiça Social é, frequentemente, utilizado por nossos governantes e, principalmente, pelos candidatos aos cargos eletivos. Figura como um forte argumento à massa de eleitores, composta, em grande parte, por pessoas de baixa renda e/ou baixa escolaridade. Mas o que faz desta expressão algo tão poderoso? Consideremos alguns detalhes acerca de nossa sociedade:
Por razões históricas, vivemos sob o jugo da desigualdade; do homem sobre a mulher; do europeu sobre o latino; do branco sobre o negro; do capitalista sobre o operário; e tantos outros que, talvez, não coubessem nesta página.
Mas vejamos a questão capitalista.
Os negros, os índios e seus descententes recuperaram sua liberdade às margens da sociedade que se formara. Juntamente com outros tantos pobres e operários que surgiram ao longo da história, carregaram nos ombros e na memória as marcas da opressão, do tratamento desigual, da carência de condições dignas e de qualidade de vida.
A sociedade moderna e, supostamente, civilizada deixou para atrás o uso da força física, mas mantém as diferenças nas relações de poder, seja político, seja econômico.
Como se não bastasse, o Estado, instituição responsável por gerir recursos em prol do bem comum, não demonstra eficácia, visto estar constantemente permeado de pessoas que fazem do uso do poder e dinheiro público seu próprio bem maior.
Altos impostos, baixos salários, corrupção galopante, precariedade dos serviços públicos (destinados, principalmente, à população de baixa renda), reforçam o sentimento de opressão e criam a percepção de que o mal provém daqueles que detém o dinheiro e, consequentemente, o poder.
Esta idéia trata justiça como sinônimo de vingança, sendo a justiça social uma forma de compensação pelas desigualdades históricas às quais foram submetidos os mais pobres, e que pode ser obtida tirando daqueles que tem mais e distribuindo aos que menos tem. É como o princípio de Hobin Hood.
Mas seria esse o caminho para uma sociedade mais igualitária?
Tomás de Aquino já dizia que "a justiça consiste em dá a cada um o que lhe é devido", ou seja, o que lhe é de direito, o que faz jus por aquilo que é e por aquilo que realiza.
Sendo assim, seria correto dizer que a tal justiça social deveria ser encarada não como forma de compensação, mas como a criação de condições para que toda pessoa, seja pobre ou rica, seja negra, índia, amarela ou branca, seja homem, seja mulher, seja empresário, seja operário, possa ter aquilo que lhe é de direito, a começar por condições dignas de moradia, saúde, emprego, educação, segurança e oportunidade de crescimento e geração de renda. Lembrando que para isso não é preciso, nem tão pouco seria justo, tirar de uns para repassar aos outros, como tanto ouvimos apregoar os demagogos, reforçando cada vez mais as diferenças, a sensação de injustiça e o desejo de vingança.
Chega de bolsas, chega de cotas, chega de tratamentos preferenciais e desiguais como forma demagógica de estabelecer a igualdade! Precisamos fazer do Brasil um país verdadeiramente sério e justo. Precisamos de pessoas, em todas as esferas da sociedade, que compreendam e vivenciem o real sentido de justiça. Pense nisso!
Na hora de votar, por favor, por você e por todos nós, evite aqueles que já demonstraram não merecer a nossa confiança; diga não aos mentirosos de carteirinha; diga não aos corruptos e àqueles que são benevolentes com a corrupção. Lembre-se de que "fazer alguma coisa, todos fazem", pois essa é a garantia de que lá estarão por mais tempo e por mais vezes, usufruindo do poder e das regalias. Observe se para fazer algo, supostamente por nós, não foi feito muito mais por eles mesmos e por seus cumpanheiros. Veja quais os subterfúgios utilizados para garantir o poder, pois, afinal,
Quem faz qualquer coisa para governar, faz qualquer coisa, a qualquer um, em qualquer tempo, em qualquer lugar, por qualquer motivo, para SI MESMO!