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Cabide de Emprego FEDERAL

Em pleno feriado de carnaval, não há muito de política para comentar. Porém, há um número bastante curioso (para não dizer vergonhoso) que ultrapassa as barreiras do calendário: No Governo Federal há cerca de 22 mil cargos de livre nomeação, ou seja, aqueles para os quais não é necessário prestar concurso público. Isso que é cabide de emprego!

E tem mais. Considerando apenas os postos com maior salário e com relação direta com ministros, o que convencionamos chamar de elite (cerca de  1.330 cargos), a remuneração média é de R$ 20.300,00 a R$ 24.300,00, conforme divulga hoje o jornal Folha de São Paulo.

PARTIDO NOVO, sem políticos

Você apoiaria a criação de um partido “sem políticos”?

Parece utopia, mas conforme divulgado ontem (05/03) pelo site Folha.com, um grupo de executivos está buscando apoio para a criação de uma nova legenda, formada por pessoas sem nenhum vínculo anterior com a política.

O PARTIDO NOVO, como já é chamado, terá como principal plataforma a “eficiência” e todo candidato terá metas de gestão e será cobrado por elas, segundo João Dionísio Amoêdo, presidente do futuro partido.

"Existem 27 partidos aí, mas nenhum deles defende a eficiência e a redução de impostos como principal bandeira", diz Amoêdo, que é economista, integrante do conselho de administração do Itaú BBA e ex-vice-presidente do Unibanco.

O partido ainda não saiu do papel, mas já tem site, perfis em redes sociais e um vídeo promocional, cujos lemas são “Pense no Brasil como uma empresa” e “Se o Brasil fosse uma empresa, você seria o cliente”.

Dentre os diferenciais apontados no site do partido, estão:

• Compromisso de cumprimento do mandato parlamentar: a renúncia a mandato eletivo para concorrer a cargo diverso ou ocupar cargo no Executivo, sem o aval do Diretório, é considerado ato de indisciplina partidária;
• Vinculação do candidato às suas propostas: definição prévia do Compromisso de Gestão e do Compromisso de Atuação Legislativa prevendo metas a serem cumpridas;
• Limitação ao “carreirismo político”: é vedado ao filiado eleito para cargo no Poder Legislativo que se candidate a mais de uma reeleição consecutiva.

Para que o partido possa existir oficialmente, falta reunir as 500 mil assinaturas exigidas pelo TSE para realizar o registro.

Interessado? Acesse http://www.novo.org.br/

Talvez não seja garantia de honestidade, mas já parece um bom caminho para chutar de vez as velhas raposas que usam a política como profissão e meio de enriquecimento.

Natureza Corrupta

O site da Folha.com divulgou ontem a seguinte nota:

04/03/2011 - 19h43

Em 8 anos, 3.022 servidores federais são expulsos por corrupção

DE SÃO PAULO

De janeiro de 2003 a fevereiro de 2011, 3.022 servidores foram expulsos da administração pública federal por envolvimento em práticas ilícitas.

Segundo levantamento divulgado pela CGU (Controladoria-Geral da União), no total, 2.589 foram demitidos, 252 foram destituídos de cargos em comissão e 181 tiveram suas aposentadorias cassadas.

O principal motivo das expulsões foi a obtenção de vantagens, respondendo por 1.604 casos, o que representa 33,17% do total.

A improbidade administrativa vem em seguida, com 959 casos (19,83%), e as situações de recebimento de propina somaram 294 casos (6,08%).

Estas pessoas não nasceram servidores públicos. A maioria era "concursada" e tinha o emprego "dos sonhos" de muita gente. Mas a natureza corrupta falou mais alto. Tem muita gente que reclama, aponta o dedo, se revolta, mas quando tem a oportunidade faz a mesma coisa.

Enquanto o brasileiro continuar se achando esperto, o país do futuro nunca vai se tornar a nação do presente.

Reforma Política

Conforme divulgado ontem pelo jornal O Estado de São Paulo, a Câmara dos Deputados instalou, na última terça-feira, uma Comissão Especial de Reforma Política. O difícil é acreditar que a tal reforma será benéfica à sociedade e não aos próprios políticos, já que integram a comissão figuras como Paulo Maluf (PP-SP), Valdemar Costa Neto (PR-SP), Eduardo Azeredo (PSDB-MG), João Paulo Cunha (PT-SP), José Guimarães (PT-CE), Ricardo Berzoini (SP) e Almeida Lima (PMDB-SE).

Só para lembrar....

Paulo Maluf: acusado em vários processos, inclusive por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, corrupção e crime contra o sistema financeiro (evasão fiscal); foi um dos "fichas-sujas" que assumiram mandato com recursos da justiça.

Valdemar Costa Neto: Envolvido no escâncandalo do mensalão e alvo de diversas acusações, renunciou ao cargo em 01/08/2005 para não ser cassado; Confessou ter recebido dinheiro de Delúbio Soares, alegando que seriam para financiar a campanha do PT no segundo turno das eleições presidenciais.

Eduardo Azeredo: Em 2007 foi denunciado junto ao Supremo Tribunal Federal pelo conhecido  “mensalão ou mensalinho mineiro” como um dos principais mentores e principal beneficiário do esquema.

 

João Paulo Cunha: Acusado de participação no mensalão. Segundo a diretora financeira da SMPB, empresa de Marcos Valério, o deputado teria recebido 200 mil reais. Documentos comprovam um saque de R$ 50 mil, feito pela esposa de João Paulo Cunha, o mesmo valor apontado por Marcos Valério. Acessores do deputado também foram vistos no mesmo banco.



José Guimarães: sofreu processo de cassação como deputado estadual, ficando conhecido quando seu acessor foi preso com 100 mil dólares na cueca.

Ricardo Berzoini: era presidente do PT na époda do escândalo do "dossiê dos aloprados", quando a polícia federal apreendeu 1 milhão e 700 mil reais que seriam usados para pagar um dossiê falso contra José Serra (PSDB), então candidato à governador de São Paulo, na disputa com Aloízio Mercadante (PT).

Almeida Lima: foi lider na defesa do então senador Renan Calheiros, que renunciou à presidência do Senado quando acusado de usar dinheiro de lobista para pagamento de despesas pessoais.

Bem..., pelo visto, mudam os balaios mas os gatos (ou seriam ratos?!) continuam os mesmos.

Bolsa Família: coerência x má fé

O governo Dilma reajustará em até 45% o Bolsa Família, aumentando em R$ 2,1 bilhões o gasto com o programa em 2011. O anúncio ocorre no momento em que este mesmo governo planeja cortar R$ 50 bilhões do orçamento para combater a inflação.

E aí começam as discussões. Governistas e oposicionistas partem para os discursos previsíveis, enquanto muitos desinformados fazem seus comentários nas ruas e nas páginas da internet. Acusações, xingamentos, comparações descabidas..., enfim, parte do processo democrático que não leva nada a lugar algum.

Penso que existe clara demagogia, tanto nos discursos governistas, quanto nas críticas da oposição. As chamadas "políticas sociais" de "transferência de renda" trazem benefícios? Claro que sim. Mas são demonstrações inequívocas de má fé e incompetência política e administrativa. É muito mais fácil distribuir dinheiro aos pobres do que criar meios para desenvolver a sociedade como um todo, fortalecendo a economia, gerando emprego e renda. É muito fácil doar aos pobres o dinheiro suado de cada brasileiro que paga imposto do que promover educação de qualidade, garantindo que crianças e jovens estejam preparados para a vida e para o mercado de trabalho. É muito mais fácil "ganhar" os votos de 12 milhões de famílias, simplesmente criando bolsas e mais bolsas do que conquistar sua confiança por meio de um trabalho sério, honesto, comprometido com o desenvolvimento do país.  Não há interesse real pelo bem estar da população, mas sim, pela garantia do continuísmo do poder.

Façamos uma breve análise das últimas medidas econômicas anunciadas.

Aumento do salário mínimo: Apesar das críticas, a fórmula de reajuste é coerente. Repõe as perdas de poder aquisitivo geradas pela inflação e promove ganho com base no crescimento da economia. OK! Mas e o aumento de salário do legislativo e do executivo? Calma! essa é outra questão. Quanto ao salário mínimo, a medida está correta. Afinal, além de impactar nos gastos com a previdência, muitas empresas privadas e, até mesmo, pessoas físicas, tem empregados que recebem com base no salário mínimo. Seria um caos para eles se fosse aplicado um aumento maior. Mas por que não se cria um projeto que dissocie o valor das aposentadorias do salário mínimo. Assim, poderia ser votado um reajuste que não comprometesse a iniciativa privada. Bem.... aí está o problema. Se cada R$1,00 de aumento compromete cerca de R$ 300 milhões do orçamento, faltaria dinheiro para outros projetos do governo e para as tais emendas parlamentares. Então, preferem não mexer nessa cumbuca. Agindo com suposta responsabilidade, disfarçam os próprios interesses. Mas, intenções à parte, que está correto, está!

Aumento de salário dos parlamentares (final de 2010): 61,8% para deputados e senadores e 133,9% para presidente da república. Aqui esquecem a coerência; "dane-se a responsabilidade". Alegaram estar sem reajuste desde 2007 e que estavam seguindo o que autoriza a lei. Curioso: quem é que cria mesmo essas leis?

Cortes no orçamento x Aumento do bolsa família: O governos injetou dinheiro na economia em 2010 para gerar um crescimento que garantisse maior visibilidade e fortalecesse a candidatura Dilma. O efeito foi a volta da inflação. Agora é preciso pisar no freio para evitar que o bolo desande. Enquanto os ministros são colocados na linha de fogo para explicar os cortes, Dilma faz pose de boa samaritana, anunciando reajuste do bolsa família. Enfim, a coerência está sempre de mãos dadas com a famigerada má fé.

"Eita" coceira na mão que dá esse tal de poder!!!!

E sabe o que é pior? A culpa é de quem os colocou lá. Os votos não foram inventados. Milhões e milhões de brasileiros padecem por suas próprias escolhas. Quem sabe nas próximas eleições?!

2011

O melhor de 2011: Lula não é mais presidente da república!

O que vier agora é lucro!